Partes se acertaram e goleiro Bruno aceitou receber R$ 20 mil por mês

Em um retorno ao futebol marcado por polêmicas e debates éticos, o goleiro Bruno Fernandes selava seu regresso aos gramados em 2017, assinando contrato com o Boa Esporte, clube de Varginha, Minas Gerais.

Após sete anos afastado do futebol profissional devido a sua prisão por crimes que chocaram o país, incluindo homicídio e ocultação de cadáver da modelo Eliza Samudio, mãe de seu filho, Bruno aceitou uma oferta significativamente mais modesta do que a que recebia em seu auge no Flamengo.

Bruno ia defender o Boa Esporte

Na ocasião, o contrato estabeleceu um salário inicial de R$ 12 mil mensais, valor que seria ajustado para R$ 20 mil com o início da Série B do Campeonato Brasileiro, em maio. Esta cifra representava uma redução drástica em comparação aos R$ 150 mil mensais que Bruno auferia no clube carioca, sem considerar possíveis ganhos por direitos de imagem.

A escolha de Bruno pelo Boa Esporte, ao invés de propostas mais vantajosas como a do Ceará, foi influenciada pelo desejo de enfrentar uma menor pressão pública em Varginha, uma cidade que recentemente se tornou a nova casa do clube, atraído pela melhor infraestrutura do Estádio Melão e maior apoio financeiro local. No entanto, ele sofreu pressão da mesma forma.

A apresentação oficial de Bruno como jogador do Boa Esporte gerou controvérsia e debate acalorado sobre a reintegração de ex-condenados na sociedade e no esporte. Sua preparação para o retorno aos campos começou no Centro de Ciências Aplicadas a Educação e Saúde do Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, em Muzambinho, a aproximadamente 140 quilômetros de Varginha, com previsão de que levaria cerca de um mês para atingir a condição física necessária para competir.

O contrato de Bruno com o Boa Esporte, com duração de dois anos, estabeleceu uma divisão igualitária dos direitos econômicos entre o jogador e o clube, criando uma cláusula que exigiria um acordo financeiro para qualquer transferência futura, dada a propriedade compartilhada dos direitos do atleta. No entanto, ele acabou não atuando justamente pela discordância trazida com sua chegada.

Esse capítulo na carreira de Bruno e na história do Boa Esporte Club reacendeu discussões sobre redenção, justiça e a capacidade do futebol de oferecer segundas chances, mesmo diante de crimes gravíssimos.

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